quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Esperanto Rock Orchestra

Voltando a postar depois de um longo jejum.


Bem, pra voltar de “vuadêra”, como alguns de nós dizemos, posto aqui uma das bandas que mudaram a minha vida musical: Esperanto Rock Orchestra, ou simplesmente Esperanto. Mas antes uma pequena divagação histórica.

Há uns dois séculos, Zamenhof criou o esperanto, língua que tinha por objetivo o amplo entendimento entre os povos, ou seja, uma língua universal. Não deu certo, embora haja ainda uns poucos que insistam em falar a tal “língua universal que ninguém fala” (Max)

Pois bem, a banda Esperanto foi criada em 1971, pelo violinista Raymond Vincent e o tecladista Bruno Libert (ambos belgas), com o intuito de fundir a música folk e a sinfônica. Eles queriam também que a banda tivesse a maior variedade cultural e racial possível, assim se justificaria o nome da banda (lembrar da ideia do maluco do Zamenhof)

Sendo assim, convidaram os irmãos italianos Gino (baixo) e Tony Malisan (bateria), os ingleses Godffrey Salmon (violino), Tony Harris (viola, sax) e Timothy Kraemer (cello, piano), os australianos Brian Holloway (guitarra, piano), Janice Slater (vocais) e Glenn Shorrock (vocais, guitarra); a havaiana Bridget Dudoit (vocais, violões) e a neo-zelandesa Joy Yates (vocais, flautas). (Não, não tem nenhum brasileiro).

Com esta formação, gravaram, em 1973, o primeiro álbum, intitulado Esperanto Rock Orchestra . Em 1974, após algumas alterações na formação - a principal delas, a substituição de Shorrock pelo inglês Keith Christmas- gravam Danse Macabre (este contendo uma versão de Danse Macabre, do francês Camille Saint-Saëns, simplesmente fantástica).

Com as dificuldades de se manter uma banda com 12 pessoas, além de outros problemas com a gravadora, a banda chega a 1975 com apenas 8 membros: Vincent, Libert, os irmãos Malisan, Salmon, Kraemer e os vocalistas Roger Meakin e Kim Moore. E foi com esta formação que gravaram Last Tango, considerado por todos sua melhor obra (inclui-se aí o melhor cover de "Eleanor Rigby" que já foi feito na história). Infelizmente, após este álbum, a banda se desfez, mas ainda são cultuados pelos apreciadores do gênero progressivo.

Agradecendo a Edson d'Aquino, do Gravetos e Berlotas, por disponibilizar essa preciosidade.

Mais informações: http://www.esperanto-rock-orchestra.com/

Abaixo, os três álbuns da discografia:



Album: Esperanto Rock Orchestra
Ano:
1973

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Album: Danse Macabre
Ano:
1974

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Album: Last Tango
Ano:
1975
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3 comentários:

  1. O Esperanto não é um idioma universal, mas internacional. Universal pressupõe um único idioma. Esperanto é proposto como uma segunda língua para todos os povos. Desse modo, ele só poderia ter dado errado em seu intuito se não houvesse ninguém falando. E os esperantistas no mundo todo giram em torno de 2 a 10 milhões. A precisão é difícil. Inclusive a China ensina Esperanto nas escolas, tem o china.org.cn com uma versão em Esperanto, além de TV nessa língua. Fora outros países. O serviço de passaporte (Pasporta Servo) promovido por uma entidade esperantista é um sucesso no mundo todo.
    Assim, não se pode dizer que o Esperanto não deu certo. Pode-se dizer que devido ao imperialismo cultural o Esperanto não pode ser escolhido como segunda língua por uma gama ampla de falantes, mas seu intuito inicial, que é de servir como segunda língua para todos os povos que queiram utilizá-lo, já que é neutro e linguisticamente democrático, é perfeitamente real.

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  2. A língua Esperanto foi lançada ao mundo em 1887 (fazendo as contas: 124 anos - não encontro os 2 séculos...???),como bem informou a página dessa banda de rock, que usa indevidamente a palavra Esperanto (apesar de que Zamenhof não quis direitos autorais e disse num congresso mundial que a língua pertence à toda humanidade). Depois ele não era roqueiro, ele era um médico oftalmologista por profissão e poliglota (talvez o primeiro linguísta da história) por vocação, que pela manhã dava consultas aos que podiam pagar, nas tardes atendia gratuitamente aos pobres e nas noites se dedicava a traduzir textos diversos de Shakespeare, Goethe entre outros para o Esperanto. E fez isso durante 30 anos de sua vida, testando a língua e divulgando para todo o mundo, após ter passado 9 anos estudando várias línguas para a criação do Esperanto, cujo objetivo é de facilitar a comunicação entre todos os povos. Se um humanista desse porte é um maluco, eu gostaria de ser maluco.
    http://esperantomaceio.blogspot.com/

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