domingo, 22 de abril de 2012

Arrigo Barnabé

...e, (re)começando o(s) "Experimento(s)"!


Arrigo Barnabé surge na cena musical brasileira, em 1979, quando recebe o 1º prêmio do Festival Universitário da TV Cultura, com a música "Diversões Eletrônicas"(parceria com Regina Porto). Em 1980 lança o albúm independente "Clara Crocodilo", marco inicial da vanguarda paulista, apresentando uma fusão entre a música popular urbana e a música erudita contemporânea. Em 1984, com LP "Tubarões Voadores", inicia uma pesquisa de unir música e histórias em quadrinhos. Compôs trilha sonoras para os filmes, "Ed Mort" de Allain Fraisnot, "Alô" de Mara Mourão (em parceria com seu irmão Paulo) e "Oriundi" de Ricardo Bravo, e a música para a peça "Plaidoyer en faveur des larmes d'Heraclite de Bruno Bayen. Em 2004 escreve a trilha sonora para o documentário de longa metragem "Doutores da alegria" de Mara Mourão. Em 2005 se apresenta como narrador numa versão em português da "Ode a Napoleão" de Arnaldo Schoenberg, juntamente com o "Quarteto de cordas da cidade de São Paulo" e Paulo Braga (piano). Ainda em 2005 escreve a ópera "Enquanto estiverem acesos os avisos luminosos" com libreto de Bruno Bayen. Em 2008 compõe "Caixa de música" e "Out of Cage" para o grupo de percusão "Drumming".
Foi convidado para ser artista-residente na Unicamp durante o 1° semestre de 2008, e realizar com os alunos do curso, e alunos e professores de outros departamentos do Instituto de Artes da Unicamp, o espetáculo "Salão de beleza", que foi apresentado no Centro de Convivência de Campinas, em setembro do mesmo ano.
Seu mais recente trabalho consiste em outra trilha sonora, agora, para o filme de Allain Fraisnot "Família muda e vende tudo".


álbum: Clara Crocodilo
ano: 1980










álbum: Tubarões Voadores
ano: 1984










álbum: Cidade oculta
ano: 1986










álbum: Suspeito
ano: 1987










álbum: Façanhas
ano: 1992










álbum: Ed Mort
ano: 1997










álbum: Gigante Negão
ano: 1998

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álbum: A Saga de Clara Crocodilo
ano: 1999

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álbum: Missa in Memoriam Itamar Assumpção
ano: 2006


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Wado



A carreira desse catarinense, radicado em Alagoas, é cheia de belas composições e álbuns quase esquecidos pela grande mídia. Com uma banda afiadíssima; bateria de Rodrigo Peixe, Pedro Ivo Euzébio nas programações, Bruno Rodrigues no baixo, Vitor Peixoto na guitarra e Dinho Zampier nos teclado e parceiro nas composições.
As participações especiais são muitas, além com os parceiros mais frequentes como Alvinho Lancelloti e Momo, além de Marcelo Camelo junto com Mallu Magalhães, Curumim e Fernando Anitelli, sem falar nos novos parceiros e co-autores Fábio Góes, André Abujamra, Zeca Baleiro e Chico César.
Este álbum segue o caminho natural traçado pelo próprio Wado, de uma aproximação grande com o eletrônico nas composições, que só vem crescendo desde "Terceiro Mundo Festivo" e "Atlântico Negro". Destaque para "Esqueleto" com participação de Curumim, lançada originalmente pela banda Sonic Jr., "Jornada" com Fábio Góes e "Beira Mar" com Abujamra e Lancelloti.
Wado usa alguns ditados popularizados pelos bailões de funk-carioca, como "elas estão descontroladas", para criar uma composição única e original que denota o brilhantismo da micro-tonalidade deste ritmo tão discriminado. Levando a crer, com o principal problema desse gênero, é na verdade a letra de certa forma horripilante e grotesca, que a maioria utiliza.
Nas letras, Wado continua um poeta que sabe muito bem brincar com as palavras ao mesmo tempo que faz belas melodias como em "Portas são para conter ou deixar passar". Dos antigos parceiros Momo e Lancelloti, gravou a bela "Recompensa, que encaixa tão perfeitamente no repertório do artista.
Wado segue no bom caminho musical e mercadológico ao se manter como artista que é o próprio selo e também a própria gravadora, no melhor sentido do "do it yourself". (Fonte: Eu Ovo)


álbum: Sama 808
ano: 2011


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Letuce: Deleite-se com este Manjar



Formado por Letícia Novaes e Lucas Vasconcelos, Letuce, é de uma sutileza agradabilíssima. As influências são inúmeras, como é de se esperar das bandas do século XXI.
As nuanças de low profile, é o que mais nos salta aos ouvidos nas músicas deste casal, seja pela voz de Letícia, ou a guitarra de Lucas, mas eles flertam com ritmos brasileiros, também, como na música Sempre Tive Perna, um chorinho delicado.
Manja Perene, o novo cd da dupla, realmente foi feito para durar e satisfazer os espíritos inquietos.


álbum: Manja Perene
ano: 2012


Caravana (da) Sereia Bloom


Aqui está ela, e veio de caravana. A encantadora Céu. Seja por sua beleza, ou seu cantarolar irresistíveis, encanta corações e mentes.
Céu está no topo da lista de cantoras da "nova" MPB - como dizem por aí. É ela, acredito, quem mostre mais consistência e convicção em seu trabalho, como se tivesse compreendido por onde sua música caminha, seu methodo. Ela percorre este caminho com maestria, auscultando à sua música.
É neste exercício metafísico que nos apresenta seu novo cd, Caravana Sereia Bloom.


álbum: Caravana Sereia Bloom
ano: 2012


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Criolo: Conciliando o diverso


Cansado com o vasto número de músicos transbordando no cenário da música nacional, comecei a ficar mais exigente com que escutava, e tão logo isto tornou-se impraticável, decidi ficar um tempo sem baixar nada. Para compensar fui escutar os clássicos que tenho no hd, que nunca cessam em me surpreender. Por isso fiquei muito tempo sem atualizar o blog, mas cá estou.
Passado algum tempo desta incursão reflexiva sobre a mediocridade de grande parte dos músicos nacionais. Voltei a blogosfera. Procurando por algo novo, me deparei com "Nó na Orelha", álbum de Criolo.
Na primeira audição a experiência foi desagradável, excetuando duas ou três músicas, o resto acreditava ser facilmente descartável.
Ponderei. Estava sendo intransigente. As falhas que dizia ocorrer com a música de Criolo, eram, na verdade, o seu potencial.
A justificativa usada por mim, para sustentar o que afirmava, era: "Inconsistente, isso, ele é inconsistente. Começa o álbum com uma música estilo afrobeat, depois passa pro rap, reggae, samba. O que é isso? Esse cara não tem identidade!"
Sim, cometi esse equívoco, e incorri em contradição com pensamentos, meus, que há muito havia vencido.
Julguei identidade como sendo única e imutável, com isso estava afirmando que um músico deveria ter como fulcro determinado estilo musical.
Mas, nada como um exercício respiratório, e muitas conversas sobre o assunto com o amigo, primo e camarada de blog Ewerton Santos, para desanuviar a mente.
Criolo tem identidade, sim, do contrário, não veria diferença entre ele e Arnaldo Antunes, ou Kiko Dinucci, por exemplo. Porém, esta identidade não é fixa, imutável, o que quer dizer que pode manifestar-se de diferentes maneiras, ou neste caso, diferentes gêneros musicais.
Kleber Cavalcante Gomes, o Criolo, conciliando gêneros diversos da música, nos dá um "Nó na Orelha", em 2011. Acompanhado por músicos de extrema competência, entre eles Daniel Ganjaman, produtor deste disco, músico do coletivo Instituto, e ex Planet Hemp.
Criolo teima em intitular-se um rapper. Eu, porém, o digo um cantor, e dos bons. Pois, assim como suas músicas são de gêneros diversos, consequentemente ele acompanha estes gêneros, e o faz com maestria.


álbum: Nó na Orelha
ano: 2011