sábado, 3 de setembro de 2011

Hiromi Uehara: virtuose nipônica


A vós, caros apreciadores deste blog, apresento esta, que sem dúvida é o grande nome do Jazz contemporâneo; por sua virtuosidade diante do piano, por suas composições que flertam com o erudito e o pop, da melhor maneira possível; por sua performance que nos entusiasma, no sentido original da palavra: "entusiasmo" deriva do grego en theos, em deus, significando "inspirado por deus, tendo um deus em si, ou estando na presença de um deus". (Vogler, Christopher. A Jornada do escritor).
Hiromi Uehara, nascida em 26 de março de 1979, em Hamamatsu, Japão; é capaz de nos envolver nas atmosferas jazzísticas de suas músicas, de forma prodigiosa e impetuosa. Seu setup é composto por um piano acústico e sintetizadores, muito bem utilizados por ela.
Hiromi ultrapassa os limites de composição do piano jazz, alcançando novas fronteiras de composição e técnica.
Espero que vocês possam se sentir "entusiasmados" com ela!


álbum: Another Mind
ano: 2003











álbum: Brain
ano: 2004











álbum: Spiral
ano: 2005











álbum: Time Control
ano: 2007











álbum: Beyond Standard
ano: 2008











álbum: Duet: Chick Corea & Hiromi
ano: 2008











álbum: Place to be
ano: 2009


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álbum: Voice
ano: 2011


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álbum: Jazz In The Garden
ano: 2009


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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Kiko Dinucci e sua música paulistana urbana.


O paulistano Kiko Dinucci, hoje sambista, outrora curtia caracterizar-se junto com amigos para ouvir Kiss: "Eu e os moleques pegávamos vassouras, botávamos aquele disco do Kiss, The Creatures Of The Night (1982) e ficávamos dublando, com o rosto pintado, mostrando a língua.
Dinucci, cantor, compositor e artista plástico, mais tarde achou melhor deixar para trás o rock, chegou a ter duas bandas de rock na adolescência, porém achou o estilo limitado demais, muito cheio de regras. Acabou se encontrando no samba devidamente paulista: "Talvez o samba seja a linguagem que eu melhor saiba trabalhar, mas não me prendo num modelo. Costumo dizer que faço apenas música paulistana urbana."
O sambista começou apartir dos anos 90 trabalhar suas músicas e seu ritmo. Com isso surgem vários projetos e parcerias. Parcerias com Juçara Marçal (álbum: Padê 2007), com o Bando Afromacarrônico (álbum: Pastiche Nagô 2008) e com Douglas Germano, com o qual idealizou o projeto Duo Moviola (álbum: O Retrato do Artista Quando Pede 2009).
Sua música é composta de sambas, lundus, jongos e modas de viola. Essas diversas influências é que ditam a originalidade do trabalho de Dinucci, e que diz segiur uma linha pouco difundida do samba: "Hoje, segue-se apenas um modelo imposto pelos meios de comunicação cariocas, que vem desde a Rádio Nacional até a novela das 8", e não esconde sua crítica a cena do samba de São Paulo: "Ouço compositores daqui (São Paulo) falando de morro. Que morro? Avenida Paulista? Falam da Portela sem nunca terem pisado em Madureira, só conhecem pela TV, cantam com sotoque do Rio, chega a ser caricato, é quase uma colonização."
Depois da formalidade de apresentá-los ao artista da vez, os deixo com os links para downloads, dos dois álbuns de Dinucci, e seus projetos paralelos.
*todas as citações retiradas da entrevista à revista Rolling Stone Brasil, edição 12, setembro de 2010.










álbum: Padê
ano: 2007










álbum: Pastiche Nagô
ano: 2008










álbum: Na Boca dos Outros
ano: 2010










álbum: O Retrato do Artista Quando Pede
ano: 2009


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álbum: Metá Metá
ano: 2011


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álbum: Passo Torto
ano: 2011


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álbum: Dada Radio Session
ano: 2013












álbum: Funfun Session
ano: 2013




Baixar as "Duas Sessões"






álbum: Metal Metal
ano: 2012


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terça-feira, 16 de agosto de 2011

M. Takara


"Maurício Takara é o filho mais novo de uma família de notáveis. Seu irmão mais velho é Daniel Ganjaman, músico e produtor: Fernando, o do meio, trabalha como baixista do CPM 22, entre outras atividades.
Takara apesar de novo, já tocou com uma pá de alma, desde sua banda de adolescência Hurtmold, SP Underground, Otto, e pelo multi-espiritual coletivo Instituto.
O seu estilo parece não sustentar estilo algum. Ou melhor, pela tangente destes estilos, aparece outro, um novo.
Talvez por estar cansado de ouvir sempre a mesma pergunta - "como você define o seu som?" - o artista nos dá uma chance ao dizer que faz "música de livre associação". É o seu jeito elegante de dizer que o rótulo pouco importa, que não não percamos tempo em tentar decodificar o que sai de sua experimentação. Que se escute sem se preocupar com as definições".




álbum: Sobre Todas e Qualquer Coisa
ano: 2010


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álbum: Marginals + M. Takara
ano: 2013


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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Guizado: Jazz e eletrônico em uníssono


O paulistano, trompetista e produtor Guilherme Mendonça, vulgo Guizado, já emprestou seus dotes musicais e ar dos seus pulmões para grandes nomes do cenário da música brasileira, como Céu, Cidadão Instigado, Nação Zumbi, entre outros. Agora, dedica-se à banda Guizado, tendo começado como uma dupla entre o próprio e Curumim. Atualmente conta com Curumin (bateria) e do Cidadão Instigado vieram, Rian Batista, no baixo, e Régis Damasceno (também conhecido como Mr. Spaceman), na guitarra.
Guizado fala da sua busca pelo estilo autoral em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo: "A complexidade do Jazz me levou a torcer o nariz para o meu passado punk. Quando saí da Groove, comecei a fazer as coisas a minha moda. Toquei com outras pessoas, conheci outras formas de produzir e comecei a resgatar as minhas referências antigas de pouco em pouco.O resultado não foi nem a postura rock de garagem dos anos 80 nem a do jazz ortodoxo dos anos 90. Foi uma maçaroca que juntei e que fez com que me sentisse mais coeso." (Jornal O Estado de São Paulo - Caderno 2 - 14 de agosto de 2010)
Guizado lança seu primeiro álbum em 2008, intitulado Punx, caracterizado pelo clima mais urbano, pelo caos da cidade grande. Característica permanente no som de Guizado, são os vários ambientes e texturas que tem em suas músicas. O seu segundo álbum, de 2010, Calavera (Caveira em espanhol), não foge a essas características supracitadas, no entanto, desvia do caos urbano, e entra no ambiente mais etéreo e transcendente, que faz jus ao título do cd. Cavalera, faz referência a Festa do Dia dos Mortas, celebrada no México. E foi, também, a forma como Guilherme Mendonça encontrou de lhe dar com a morte da mãe. Sobre a realização deste álbum, Guizado diz o seguinte: "- Buscava uma autenticidade maior. Existe uma razão espiritual para o título do álbum. Os mexicanos celebram o mistério e o desconhecido de forma festiva. Quis mergulhar ainda mais para dentro de mim, mas também me conectar ao cotidiano. É uma espécie de paradoxo. Uma vontade de entrar no mundano, viver essa festa, mas manter a espiritualidade. Sem negar qualquer um desses lados." (Jornal do Brasil [RJ] maio de 2010)
Bom, vou parar por aqui, e deixá-los com essa experiência sonora fenomenal!




álbum: Punx
ano: 2008


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álbum: Cavalera
ano: 2010


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domingo, 10 de julho de 2011

Think Of One


Não constam que sejam ciganos. Nem tão pouco artistas de circo. Para os seis elementos dos flamengos Think Of One, a vida é feita na estrada, sem nunca estar parado, sempre a procura de alguém desconhecido para tocar. O mentor do projeto, David Bovée, chega mesmo ao ponto de viver diariamente no interior da "naftmobiel", carrinho transformado em palco móvel com três níveis, com aplificação e luzes de palco incorporadas. A cidade de origem dos músicos que formam a banda é Antuérpia(segunda maior cidade da Bélgica).


Inicialmente os Think Of One (TOO) eram uma "brass band" de 20 elementos, semelhantes a uma banda filarmônica de Flanders. Em vez dos "Standards, desde cedo começaram a interpretar repertório dançável, com influências dos ciganos dos Balcãs.
A necessidade de mobilidade e de tocar de forma mais imediata, reduziu o projeto de duas dezenas de músicos para uma base de seis elementos. A partir desta estrutura os músicos dos TOO desdobraram-se em mútiplas experiências. Mantêm o espírito da "brass" de dança, através do projeto NAFT. Lançam-se de corpo e alma à música de transe "gnawa" do norte da África em comunhão com quatro músicos marroquinos. Já gravaram com vozes Inuits (esquimós) do Canadá. Em breve, pretendem viajar até Kinshasa - Congo - para, quem sabe, participarem num volume de Congotronics.
Contudo, o projeto que lhes tem trazido maior notoriedade e permitido tocar com maior regularidade fora da invernosa Bélgica, chama-se "Tráfico". A eles juntam-se a sexagenária Dona Cila do Côco (voz), Cris Nolasco (voz/percussão), Ganga Barreto (voz/percussão) e Carranca (percussão). Coma as raízes e as antenas sintonizadas entre a Bélgica e a região brasileira de Pernambuco, criaram os álbuns "Chuva em Pó" (2004) e "Tráfico" (2006) que alguém poderia lembrar-se de os classificar como "mangue-flemish-punk-brass-beat". Para o "caranguejo com cérebro" David Bovée, espírito dos Think Of One (nome inspirado num tema de Thelonius Monk) é fazer música como uma multivitaminada sopa. Levam-se vários ingredientes ao lume, trituram-se os legumes e serve-se o creme. No caldeirão de "Tráfico", cabem os ritmos tradicionais nordestinos, como o côco, cavalo marinho, o maracatu, o frevo e o forró, e ainda o punk/hardcore (apenas algumas pitadas), o jazz latino o reggae e o funk. É neste triturar e misturar de estilos que reside a força dos Think Of One. Não só os seis belgas parecem ter vivido toda a vida à beira ddos manguezais de Pernambuco, como Dona Cila do Côco parece beber um elixir da força e da juventude para cantar com a garra de uma "rrrriot girl" de 20 anos. Espera que estejam preparados pra uma alucinante, maravilhosa e belíssima experiência sonora que os Think Of One trazem.



álbum: Chuva em Pó
ano: 2004

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álbum: Tráfico
ano: 2006


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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Trio Beyond


Deixo para vocês outra banda de jazz fusion o Trio Beyond formada em 2003 por Jack DeJohnette na bateria e John Scofield na guitarra.



álbum: Saudades
ano: 2006

terça-feira, 14 de junho de 2011

The Cinematic Orchestra


Banda britânica de nu jazz, formada no final dos anos 90 liderada por Jason Swinscoe. Poucas informações tenho sobre o The Cinematic Orchestra. É uma banda de muito improviso, tanto ao vivo quanto em estúdio, com melodias intensas, brandas, sem esquecer as experimentações.
Um dos álbuns mais importantes, ou que chama mais atenção é o "Man With A Movie Camera", um convite que a banda recebeu dos organizadores do European City of Culture 2001 para (re)gravar a trilha do filme que dá título ao álbum, realizado por Dziga Vertov, clássico de 1929. O interessante é que a trilha é tocada ao vivo, durante a exibição do filme.
Bom, é tudo que tenho pra falar sobre a banda. Deixo para vocês um vídeo para apreciarem. Baixem esse som, vale muito à pena.




álbum: Motion
ano: 1999

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álbum: Remixes 1998 a 2000
ano: 2000

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álbum: Every Day
ano: 2002

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álbum: Horizon
ano: 2002

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álbum: Man With A Movie Camera
ano: 2003

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álbum: Ma Fleur
ano: 2007

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domingo, 29 de maio de 2011

Jards Macalé: desafinando o coro dos contentes


Saudações, caríssimos!
Volto, depois de muito tempo, a postar neste blog, e trago boas (não tão) novas. Falemos um pouco do mestre Jards (Anet da Silva) Macalé — músico brasileiro importantíssimo e ainda pouco conhecido, se comparado a seus contemporâneos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e companhia.
Jards começou sua carreira profissional em 1965, com o grupo 2 no balanço. No mesmo ano, participou do espectáculo Opinião de Maria Bethânia. Contudo, adquiriu maior notoriedade (negativa, no entanto) com sua anárquica apresentação no Festival Internacional da Canção, de 1969, no qual interpretou a canção "Gotham City", com letra de José Carlos Capinam e acompanhamento da banda Os Brasões. O show, que o próprio Macalé define como uma cacofonia, levou o público a vaiá-lo durante toda a execução. Desde então, adquiriu a fama de marginal e avesso ao mercado. Ainda assim, colaborou com discos de sucesso, como Transa de Caetano Veloso, e Legal de Gal Costa.

Ponto alto de sua carreira é a parceria com Wally Salomão (cujos produtos podem ser apreciados na coletânea Real Grandeza). Dentre as músicas geradas dessa parceria, a mais conhecida é "Vapor Barato", que ganhou recentes versões de Gal Costa e O Rappa.
O documentário Jards Macalé: um morcego na porta principal, dirigido por Marcos Abujanra e João Pimentel, estreou na última edição do Festival de Cinema do Rio e está trazendo novamente o compositor carioca à tona. Foi em resposta a este lançamento que a revista Rolling Stones publicou uma entrevista com Jards na edição 44, do mês de agosto.

Confiram a entrevista aqui.

Seguem os links para download de alguns de seus álbuns mais importantes.

Abraços!

ano: 1970
álbum: Só Morto Burning Night - Compacto










ano: 1972
álbum: Jards Macalé









álbum: Aprender a Nadar
ano: 1974









álbum: Contrastes
ano: 1977









álbum: O Banquete dos Mendigos
ano: 1979









álbum: 4 Batutas & 1 Coringa
ano: 1987









álbum: Rio sem Tom (EP)
ano: 1987









álbum: Ismael Silva - Peçam Bis (Macalé & Dalva Torres)
ano: 1988









álbum: Let's Play That
ano: 1994









álbum: Jards Canta Moreira da Silva
ano: 2001









álbum: Amor, Ordem e Progresso
ano: 2003









álbum: Real Grandeza (parceria com Waly Salomão)
ano: 2005








álbum: Macao
ano: 2008